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Só mesmo quem já passou pela situação de perder todas as imagens após chegar de suas férias tem a real dimensão do quanto as imagens são importantes. Elas registram momentos, cidades, paisagens, situações, experiências e nos transportam a momentos que marcaram cada um de nossas viagens. Por isso vale a pena caprichar para conseguir as melhores imagens: desde a escolha da câmera certa até o enquadramento perfeito para guardar aquele momento especial.
Para tratar desse assunto, escalamos uma especialista: a fotojornalista Monique Renne. Com a experiência de quem já encarou o ritmo frenético de um dos maiores jornais do país, o Correio Braziliense, ela é uma das editoras de destinos do MD e hoje revela alguns dos segredos para quem quer fotografar melhor em um post imperdível. Vale a pena ler e guardar nos favoritos essa verdadeira aula de fotografia!
Como fotografar melhor sua viagem
Quem nunca tentou “segurar” a Torre de Pisa, não registrou um belo beijo aos pés da Torre Eiffel ou não sentiu uma vontade incontrolável de pedir para tirar foto com o Mickey, que atire a primeira pedra! Estes e tantos outros clichês fotográficos turísticos são indispensáveis – e muito bem-vindos – a um completo registro de viagem. Mas que tal ir um pouco além?
Redes sociais, celulares modernosos e máquinas fotográficas excelentes a preços acessíveis têm transformado – para melhor – os álbuns de viagem.
Pensando nos nossos leitores, que tanto amam viajar, o Melhores Destinos preparou um guia para ajudar na hora dos cliques. E a primeira dica é a mais valiosa: o melhor equipamento para uma boa foto é você! Não há câmera que substitua o que você viu, sentiu e teve vontade de guardar em uma fotografia. Não há câmera que dispare sozinha. É você quem decide o que trará no seu cartão de memória. Mas é claro que uma ajudinha técnica não faz mal a ninguém. Então vamos lá!
Escolhendo o equipamento
O momento de comprar a câmera é bem complicado e as possibilidades são quase infinitas. Preço, resolução e zoom são apenas os fatores básicos que pesam na escolha do equipamento. O que serve ao outro, talvez seja péssimo para você, por isso tenha em mente quais são as suas prioridades na hora viajar.
Tipos de câmera
– Compacta – São as mais comuns e baratas, porém também as menos eficientes (salvo alguns modelos mais caros). Apresentam lentes fixas com baixa luminosidade e qualidade óptica inferior. Mesmo com muitos megapixels, estes modelos possuem sensores de registro menores, o que diminui muito a qualidade da imagem. O flash também costuma decepcionar. Quem nunca passou raiva tentando fotografar um grupo em ambiente fechado? Fora o fato de a máquina disparar a foto com muito atraso. A grande vantagem delas já está no nome: são compactas! Leves, elas cabem em qualquer bolso e não chamam a atenção. Além disso, não exigem conhecimentos técnicos de fotografia para ser operada: e só mirar e clicar. Ótimo para quem não quer preocupação.
Dica de compra: Procure modelos que tenham a composição óptica de boa qualidade, como lentes Carl Zeiss e Leica. Elas estão disponíveis em várias séries de câmeras. A luminosidade da lente também é importante na escolha (veja em zoom e lente). Grande angular é bem vinda, assim como um bom zoom óptico.
– Superzoom – O grande atrativo destas câmeras é a possibilidade de zoom que ela oferece, com valores que ultrapassam 30 vezes, sempre em lentes fixas à câmera. São mais robustas, maiores e mais pesadas que os modelos compactos, porém mais leves que as DSRL (com lentes intercambiáveis). Outra grande vantagem é a possibilidade de explorar recursos manuais. Para quem gosta de “dirigir” a própria foto, esta câmera é excelente! Alguns pontos negativos das compactas aparecem também nas superzoom: sensor de registro pequeno, flash e lente com baixa luminosidade e lentidão no disparo são alguns deles.
Dica de compra: Como a câmera não oferece a possibilidade de troca da lente, fique atento ao zoom óptico escolhido. Não basta ser de 30x se a câmera não oferecer uma boa grande angular (abaixo de 24mm). Assim como não basta ter um zoom de 30x se a lente não tiver boa luminosidade.
– DSRL – Conhecidas pelo grande público como máquinas “profissionais”, elas são o sonho de consumo dos amantes de fotografia. São câmeras com bom sensor de imagem (muitas full frame – equivalente a 35mm), disparo em tempo real, controles manuais e lentes intercambiáveis. A desvantagem em relação às outras é muito clara: o preço. É preciso um bom investimento para montar um kit de qualidade. Assim como em todas as categorias de câmera, aqui existem as mais baratas (semiprofissionais) e as mais caras (profissionais). A relação qualidade x preço é diretamente proporcional. Quanto mais cara, melhor a câmera. Porém a escolha do equipamento não é a única preocupação: é preciso estar muito atento a qual lente escolher. É possível que você tenha uma câmera que é uma Ferrari com uma lente que é um fusquinha, ou o contrário! Lentes claras custam muito mais caro, porém são muito melhores. A vantagem? Você sempre poderá comprar lentes novas e diferentes. E haja bolsa para carregar todas elas! Esteja preparado também para o peso: quanto mais lentes, maior a carga. Por isso, priorize lentes versáteis.
Dicas gerais para escolher a câmera certa pra você
Zoom e lente
Viajar com apenas uma câmera torna a escolha ainda mais complicada. É preciso prever todas as situações pela qual você passará e assim escolher o equipamento ideal. Priorize câmeras que têm maior amplitude de zoom, o que pode variar de 5x a 30x e deve ser óptico (zoom digital é apenas um corte no arquivo original). Saber qual o zoom inicial também é importantíssimo! Aquela foto de todo o grupo pode não “caber” na câmera se ela não tiver uma grande angular. Procure lentes que tenham, pelo menos, o equivalente a 24 mm de grande angular. Ah! Não deixe de verificar a luminosidade (abertura) da lente. Valores como 5.6, 3.5 e 2.8 parecem grego pra você? É só decorar que quanto menor o número de abertura, mais clara é a lente (2.8 é uma boa lente, 5.6 nem tanto). Muitas vezes é melhor ter um zoom de 5x, porém uma abertura 2.8, do que um zoom de 30x com abertura 5.6.
Resolução – Megapixel
Seria demais dizer que a resolução não faz diferença. Porém ela não é o principal fator que determina a qualidade de uma câmera, como muitos acreditam. A lente e o sensor onde a imagem é registrada são muito mais importantes que os megapixels, mas todos costumam andar juntos. Um celular com mais megapixel que uma câmera compacta faz imagens piores, já que não possui um bom sensor para registro. Os megapixels farão diferença na hora ampliar a foto, mas não para a qualidade da imagem.
Bateria
Câmeras que usam pilhas são uma grande roubada. A carga é consumida muito rapidamente e muitas vezes deixa o turista na mão. Priorize câmeras que funcionem a base de bateria e tenha sempre uma extra na bolsa.
Dicas fotográficas
Passado o momento da escolha da câmera, é hora de investir nas fotos! Aqui daremos algumas dicas para tornar o seu álbum ainda melhor!
Modos automáticos
Comuns na maioria das câmeras compactas, os modos automáticos podem ser excelentes aliados. Saber o efeito que cada um deles proporciona torna a gama de opções da câmera muito maior. Não se restrinja apenas ao que o desenho mostra, a técnica de cada um pode ser aplicada a vários fins. Os principais são:
Modo retrato – Sabe aquele efeito desfocado no fundo? É isto que o modo retrato faz. Com o aumento da abertura da lente, ele foca o objeto principal e desfoca o fundo. Que tal usar este modo para fazer belos registros de esculturas?
Modo esporte – Aqui o efeito está na alta velocidade de disparo, por isso é possível “congelar” imagens que estão em movimento, como um jogador de futebol. O efeito pode ser usado pra tudo que está movimento, não apenas cenas de esporte.
Modo paisagem – Para grandes cenários, nada como o modo paisagem. Ele mantém toda a cena em foco. Isto vale para aquele grupo enorme de amigos ou mesmo uma bela cena de natureza.
Serra do Espírito Santo - Jalapão - Tocantins
Modo noturno – Aqui a intenção é captar o máximo possível de luz em ambientes mal iluminados, por isso a câmera efetuará o disparo com a velocidade mais baixa, ou seja, a foto estará sendo registrada durante mais tempo. Um tripé, ou qualquer apoio, será bem-vindo ou a foto poderá sair tremida. Use este modo para obter fotos de traços de luz, como de um carro.
Modo macro – O símbolo da flor neste modo engana os mais desavisados. Use o modo macro para fotografar qualquer objeto pequeno. Aquele maravilhoso prato do almoço pode ganhar uma bela foto neste modo.
Enquadramento
Você busca insistentemente pelo centro do visor para enquadrar os objetos que fotografa? Já pensou em tentar novos ângulos? Uma boa técnica para não errar e ter imagens bem equilibradas é seguir a regra dos terços. É bem simples! Imagine um jogo da velha (muitas câmera já possuem este desenho no próprio visor), as interseções das linhas são pontos nobres da fotografia. Busque enquadrar os motivos mais importantes nestes pontos, assim como as principais linhas verticais e horizontais que marcam uma foto. Fotografar imaginando composições geométricas e linhas diagonais também é uma boa técnica para dar movimento à imagem, ou seja, fazer o olhar do expectador percorrer toda a foto.
Abusar de planos diferentes torna a imagem mais dinâmica. Ao invés de fotografar os seus companheiros de viagem um ao lado do outro, que tal dispor um em primeiro plano e outro ao fundo? Ao invés de todos juntos, experimente colocar cada um em uma parte da cena.
Para dar charme às imagens, busque objetos que possam servir de moldura para a foto. Portas, janelas e árvores podem ser belas margens para um retrato.
Flash e luz natural
Engana-se quem pensa que flash deve ser usado apenas em ambientes com pouca iluminação. Nada como uma luz extra ao meio-dia quando os olhos, nariz, boca e pescoço causam aquela sombra horrível no rosto. Ligue o flash e suavize todas as marcas. Para fotos contra luz ele também é bem vindo. Porém não esqueça que flashes têm uma distância máxima de alcance: aquele flash ligado durante um show ou espetáculo serve apenas para iluminar a careca do turista na fila da frente e gastar bateria da câmera. Para uma belo registro de silhueta, o truque é o contrário. Desligue o flash e busque um ponto contra a luz.
Aliás, desligar o flash é quase sempre uma boa opção. Fontes de luz natural são sempre mais interessantes. Atente o olhar para a entrada de luz por janelas, portas, teto, entre galhos e tantos outros pontos que permitem uma bela composição.
Paisagem
Cansado das mesmas fotos de paisagem? Acha que elas não representam a imensidão do que você viu? Busque referênciais para mostrar quão grandioso é aquele lugar. Um barco, uma pequena árvore, até um modelo vale para mostrar que somos muito pequenos perto de tanta grandiosidade!
Gastronomia
Aquele belo prato do almoço merece ser guardado não só na lembrança, mas também no cartão de memória da câmera? Abuse do modo macro (nas câmeras automáticas) e do zoom. Quase nunca o ângulo mais aberto é o mais interessante para fotos de gastronomia. Outra boa dica é desligar o flash! Ele “chapa” a imagem e tira toda a profundidade do prato. Procure fontes alternativas de luz, como uma janela ou mesmo a lanterna do telefone. A luz lateral sempre é mais bem vinda do que a frontal.
Repare nos desconhecidos
Muitas vezes aquele desconhecido que está passando na rua, sentado no banco da praça ou tomando um café, é um ótimo modelo para as fotos. Deixe a vergonha de lado e invista no retrato. Registrar os moradores é levar para casa a verdadeira faceta de uma cidade
Atente-se aos detalhes
Os grandes monumentos são fundamentais para um álbum, porém a vida também é feita de detalhes. Preste atenção às pequenas coisas da viagem. Artesanatos, objetos típicos, placas, grafites, portas, janelas… tudo vale para te lembrar de como era completo o seu destino.
Deixe a preguiça de lado
Fotografar exige mais do que apenas um apertar de dedo. Para uma boa foto você deve usar todo o corpo. Suba em muros, agache próximo a um lago para aproveitar o reflexo da paisagem, estique-se para tirar da foto aquele objeto que nada combina com a sua cena. A preguiça é o maior inimigo do bom fotógrafo.
Procure vistas inusitadas
Do alto é possível ver a real estrutura de uma cidade. Não perca a oportunidade de subir em prédios, torres e montanhas. Eles sempre trarão novos ângulos e vistas grandiosas. Quando entrar em novo ponto turístico, sempre dê aquela espiadinha na janela.
Escolha o melhor momento e a melhor luz
Nunca perca a chance de fazer uma foto que está acontecendo agora, talvez ela nunca mais se repita ou você não volte àquele lugar. Porém, se tiver tempo, tente vários momentos. Cada um será mágico e único. O nascer do sol, o azul do meio dia, o entardecer e o cair da noite trazem fotos muito diferentes de um mesmo lugar.
Tenha um bom apoio
Se carregar um tripé não é uma boa (já que é um peso a mais) não deixe de buscar apoios improvisados para a câmera, especialmente para o registro de fotos noturnas. A chance de errar será muito menor e você poderá abusar da baixa velocidade.
Uso de celulares
Em muitas ocasiões os celulares substituem bem a câmera. Com as infinitas possibilidades de filtros eles dão ainda mais graça às fotos de viagem. Usar aplicativos com efeitos de iluminação e saturação é fundamental para um bom resultado. Porém não deixe de fazer a foto sempre no próprio aplicativo do telefone. Muitos apps de fotografia não salvam o arquivo na resolução máxima e demoram muito tempo entre o registro de duas imagens. Priorize o uso de filtros apenas na pós-produção, assim você não perderá o original e poderá aplicar quantos filtros quiser!
Tenha sempre um backup
Poucas coisas chateiam mais um turista do que perder todas as fotos de viagem. E isto pode acontecer por vários fatores: arquivos corrompidos, vírus, furto, perda do cartão de memória ou até afogá-lo no mar do Caribe (como já aconteceu comigo). Por isso, nunca deixe todas as suas fotos em um mesmo cartão de memória. Tente revezar vários cartões durante a viagem. Tablets e computadores também são bem vindos para fazer backup.
Não abandone suas fotos
Ao voltar de viagem, não deixe de editar as suas fotos. Selecione as melhores e dê a elas um tratamento especial. Pós-produção é sempre bem vinda. Faça os cortes necessários, ajuste a luz e a cor. Que tal depois disso fazer um photobook? O custo é baixo e você poderá ter um belo livro da sua viagem. Preparado para o seu próximo destino?
Fonte: Melhores Destinos
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